quarta-feira, 18 de maio de 2011


Eu e Tu

Dois! Eu e Tu, num ser indispensável! Como 
Brasa e carvão, centelha e lume, oceano e areia, 
Aspiram a formar um todo, — em cada assomo 
A nossa aspiração mais violenta se ateia... 

Como a onda e o vento, a Lua e a noite, o orvalho 
[e a selva 
— O vento erguendo a vaga, o luar doirando a 
[noite, 
Ou o orvalho inundando as verduras da relva — 
Cheio de ti, meu ser de eflúvios impregnou-te! 

Como o lilás e a terra onde nasce e floresce, 
O bosque e o vendaval desgrenhando o arvoredo, 
O vinho e a sede, o vinho onde tudo se esquece, 
— Nós dois, de amor enchendo a noite do degredo, 

Como partes dum todo, em amplexos supremos 
Fundindo os corações no ardor que nos inflama, 
Para sempre um ao outro, Eu e Tu, pertencemos, 
Como se eu fosse o lume e tu fosses a chama... 

António Feijó

Um comentário:

  1. Amiga Jacque, como tú y yo, como el dia y la noche, como el vino y la sed. ¡¡Que combinaciones tan hermosas....!! Amiga precioso tema. Como en la naturaleza, todo se combina.
    He tomado una foto de uno de tus blocs para el poema de hoy, espero que no te importe.
    Un abrazo amiga. Jecego.

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