quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011



Noite...

Ó noite, 
coalhada nas formas de um corpo de mulher 
vago e belo e voluptuoso 
num bailado erótico, com o cenário dos astros, 
mudos e quedos. 

Estrelas que as suas mãos afagam 
e a boca repele, 
deixai que os caminhos da noite, 
cegos e retos como o destino, 
suspensos como uma nuvem, 
sejam os caminhos dos poetas 
que lhes decoraram o nome. 
Ó noite, 
coalhada nas formas de um corpo de mulher! 
esconde a vida no seio de uma estrela 
e fá-la pairar, assim mágica e irreal, 
para que a olhemos como uma lua sonâmbula.

Fernando Namora