sábado, 30 de abril de 2011


Nascente

Quando sinto de noite 
o teu calor dormente 
e devagar 
para que não despertes 
digo: cedro azul, 
terra vegetal, 
ou só 
amor, amor; 
quando te acaricio 
e devagar 
para que não despertes 
tomo na mão direita 
as duas fontes, iguais, da vida, 
procuro a nascente 
e adormeço 
nela essa mão depositando. 

António Osório