sexta-feira, 20 de abril de 2012


A Tua Boca

A tua boca. A tua boca. 
Oh, também a tua boca. 
Um túnel para a minha noite. 
Um poço para a minha sede. 

Os fios dormentes de água 
que a tua língua solta num grito cor-de-rosa 
e a minha língua sorve e canta 
e os meus dentes mordem derramando a seiva 
da tua primavera sem palavras 
o poema inquieto e livre que a tua boca oferece 
à minha boca. 

As loucas bebedeiras de ternura 
por essa viagem até ao sangue. 
Os beijos como fogueiras. 
As línguas como rosas. 

Oh, a tua boca para a minha boca. 

Joaquim Pessoa

3 comentários:

  1. Amiga Jacque, que precioso tema;

    que sed tan grande,provocas
    cuando tu boca sedienta y loca,
    se convierte en rosa sin espinas
    y tus deseos suben como fuego buscando agua
    para beber con tus labios de otros labios.

    Jecego.

    ResponderExcluir
  2. Querida amiga

    Há tanta coisa
    adormecida em nós,
    que o contato dos lábios amados,
    vem acordar...


    Que sempre haja amor,
    para alimentar de sentidos
    nossa vida.

    ResponderExcluir
  3. Joaquim Pessoa escreveu um dia:
    As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela
    possa levar beleza e ternura a outras mãos.
    É assim este Blogue, um espalhar de beleza e ternura.

    ResponderExcluir