sexta-feira, 2 de dezembro de 2011



Boca

Boca viçosa, de perfume a lírio,
da límpida frescura da nevada,
boca de pompa grega, purpureada,
da majestade de um damasco assírio.

Boca para deleites e delírio
da volúpia carnal e alucinada,
boca de Arcanjo, tentadora e arqueada,
tentando Arcanjos na amplidão do Empírio,

boca de Ofélia morta sobre o lago,
dentre a auréola de luz do sonho vago
e os faunos leves do luar inquietos…

Estranha boca virginal, cheirosa,
boca de mirra e incensos, milagrosa
nos filtros e nos tóxicos secretos…

Cruz e Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário