quarta-feira, 20 de julho de 2011


Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol, 
que é feito de ternura amarrotada, 
da frescura que vem depois do sol, 
quando depois do sol não vem mais nada... 

Olho a roupa no chão: que tempestade! 
Há restos de ternura pelo meio, 
como vultos perdidos na cidade 
onde uma tempestade sobreveio... 

Começas a vestir-te, lentamente, 
e é ternura também que vou vestindo, 
para enfrentar lá fora aquela gente 
que da nossa ternura anda sorrindo... 

Mas ninguém sonha a pressa com que nós 
a despimos assim que estamos sós! 

David Mourão-Ferreira

4 comentários:

  1. Um dia todo lindo e repleto de poesia pra ti minha amiga...beijos e beijos.

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  2. David Mourão Ferreira é um poeta contemporâneo de quem eu gosto muito. Conheci-o pessoalmente e era um Homem de uma dimensão enorme, como grandiosa foi a sua Poesia. Belissima escolha.
    Bjs e bom fds.
    Graça

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  3. Amiga Jacque, gracias por compartir; la belleza y la fuera de ese poema te hace intensa en el amor.
    Te deseo toda clase de felicidades en ese y otros apartados de la vida. Que tus sueños sean realidades y que la felicidad que presenta tu cara sea en realidad el espejo de tu alma.
    Un abrazo amiga.
    Jecego.

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  4. Amiga Jacque; precioso e intenso poema de amor.
    La vida nos da y nos quita cosas, pero siempre dejan un perfume que nos obliga a recordar; todo en la vida es hermoso si lo vemos con los ojos del alma, aunque a veces no entendamos que: ¿porque siendo tan hermoso, se apagó? creo que en muchas ocasiones solo hace falta soplar las cenizas para que brote de nuevo la llama.
    Tu cara de felicidad dice: sopla y baila....
    Un abrazo amiga, y gracias por compartir.
    Jecego.

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