sexta-feira, 24 de junho de 2011


Devo-te

Devo-te tanto como um pássaro 
deve o seu voo à lavada 
planície do céu. 

Devo-te a forma 
novíssima de olhar 
teu corpo onde às vezes 
desce o pudor o silêncio 
de uma pálpebra mais nada. 

Devo-te o ritmo 
de peixe na palavra, 
a genesíaca, doce 
violência dos sentidos; 
esta tinta de sol 
sobre o papel de silêncio 
das coisas - estes versos 
doces, curtos, de abelhas 
transportando o pólen 
levíssimo do dia; 
estas formigas na sombra 
da própria pressa e entrando 
todas em fila no tempo: 
com uma pergunta frágil 
nas antenas, um recado invisível, o peso 
que as deixa ser e esquece; 
e a tua voz que compunha 
uma casa, uma rosa 
a toda a volta - ó meu amor vieste 
rasgar um sol das minhas mãos! 

Vítor Matos e Sá

4 comentários:

  1. Querida amiga

    E mesmo que se pudesse
    viver cem anos,
    continuaríamos a dever
    a alegria
    que a pessoa amada
    nos traz.

    Vida plena em teus dias.

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  2. E eu fico a dever a deliciosa poesia que aqui nos deixou.
    Certa como sempre.

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  3. Querida amiga, el poema es muy bueno, y el sol hizo bien en arrancar su tesoro de tus manos, al fin y al cabo todos somos hijos del sol.
    Mira como como esas guardianes vigilan lo escribimos tus amigos.
    Un abrzo amiga. Que lo pases bien.
    Jecego.
    PD. Ayer no quiso conectarse mi blog con el tuyo. Te puse comentarios en cuatro blogs, pero
    siempre me salia "repetir".
    Me cansé y me fui.
    Un abrazote amiga. A disfrutar del fin de semana. Jecego.

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  4. Oi Jacque, belo poema...Espectacular....
    Cumprimentos

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