Que Importa?...
Eu era a desdenhosa, a indiferente.
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão
Como bate no peito à outra gente.
Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de Desejo ou de emoção,
Enquanto a asa loira da ilusão
Dentro em mim se desdobra a um sol nascente.
Minh'alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte
Toda ela é riso, e é frescura, e graça!
Nela refresca a boca um só instante...
Que importa?... Se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes... quando passa?...
Florbela Espanca
Da desilusão é que percebemos o quanto é saudável também nos iludirmos.
ResponderExcluirCadinho RoCo
Jacque
ResponderExcluirPosso ser suspeito, sou fã da poetisa, mas um poema seu é sempre garantia de um óptimo post.
Nomeei-te para receber o selo, do Prémio "Dardos". EXPERIMENTAÇÃO, convido a ires likar e ver o respctivo texto, vale?
Beijos