segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

3 comentários:

  1. Lindo Jacque! Passei pra te desejar uma semana bem feliz, cheia de amor e de paz! Adorei Carlos Drummond de Andrade. Bom gosto, viu? Bjus.Josi

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  2. Fico encantada com este teu canto de poesia!
    Admiro Carlos Drummond e particularmente neste poema:" porque a ausência assimilada, ninguem a rouba mais de mim" E não é verdade?
    Beijo
    Graça

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